Crianças boazinhas demais

Você já foi em alguma festa, algum parque ou na praça de alimentação de algum Shopping e observou uma criança boazinha demais?






Aquela criança que não sai de perto dos pais, que não escolhe sozinha qual brinquedo quer, que se agarra aos pais e permanece assim até o fim da festa, que não exige, só aceita… Muitas vezes, os adultos preferem as crianças boazinhas e super obedientes, que “não dão trabalho”, mas o que a maioria dos adultos não sabem é que por trás desse tipo de comportamento infantil, podem se esconder insegurança, baixa autoestima e medo excessivo.

Geralmente, a criança quer aprovação, “fazer a coisa certa”, e ela tentará obter essa aprovação conforme a reação dos adultos, passando por cima dos próprios desejos, para atender às expectativas dos pais e/ou adultos. Porém, ao tentar agradar excessivamente, ela emprega uma grande quantidade de energia para fora de si, ao invés de empregar esta energia para atender às suas necessidades. A criança também tem o direito de ficar brava, discordar, opinar, sentir-se triste, e acima de tudo, demonstrar isso.

As crianças boazinhas se esforçam para atender à um padrão de comportamento que agrada aos pais e/ou adultos, que por acharem mais fácil lidar com crianças assim, reforçam este tipo de comportamento das crianças. Essa aprovação dos adultos, principalmente daqueles que as crianças confiam, como pais, tios, avós e professores, pode suprir momentaneamente uma necessidade de atenção das crianças, mas a longo prazo, gera sentimentos de frustração e incapacidade, por elas satisfazerem sempre as necessidades alheias, nunca as próprias.

Crianças com este tipo de comportamento possuem dificuldade em se relacionar com outras crianças, que por serem boazinhas demais, aceitarem tudo o que lhe é imposto, faz com que outras crianças se afastem ou não queiram brincar com elas, reforçando assim o sentimento de baixa autoestima.





Além disso, quase todos conhecem pessoas que mantém esse tipo de comportamento na fase adulta, sendo “bonzinho” demais, não tendo opinião própria, não conseguindo falar NÃO quando solicitado, e que são considerados bobos pelas outras pessoas, fazendo até com que se afastem dele. Você também conhece alguém assim? Então cuidado para não incentivar seu filho a ser um adulto frustrado e infeliz.

Diferentemente de deixar a criança mandar em tudo ou fazer só o que ela quer, é saudável deixá-la às vezes decidir qual roupa quer usar, participar da escolha do corte de cabelo, decidir junto com os pais qual filme assistirão no cinema, ter algumas tarefas na organização da casa, cuidar dos próprios brinquedos. E aos pais, é importante incentivar a criança a demonstrar seus gostos e preferências, ouvir suas opiniões e medos sem julgar, isto é, tentar entender a criança no lugar de criticá-la.

Assim, cabe aos responsáveis zelar pela saúde física e mental da criança, cuidar do seu bem estar, garantir que ela brinque, se expresse e aprenda a lidar com situações diferentes, e aos poucos tornar-se independente. E caso tenha dúvida ou dificuldade em ajudar a criança, consulte um Psicólogo devidamente qualificado.

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