Interpretando sonhos

Curiosa pelo sentido de algo que havia sonhado, fui buscar seu significado num site de simbologia dos sonhos. No sonho, eu havia pisado numa aranha branca, ficando ela presa na sola do meu pé. E eu que sequer sabia da existência de aranhas brancas.





No site estava a surpreendente explicação: “Se você for uma mulher, sonhar com aranha branca significa vontade de superioridade em relação a um homem. Você deseja mandar, decidir ou ‘devorar’ um homem. Se você for um homem, sonhar com aranha branca significa medo ou receio de uma mulher que manda, decide ou te devora”.
Ontem sonhei que estava numa festa com pessoas do trabalho e alguns de meus familiares. Num determinado momento, eu passava por eles trajando um biquíni. Lá fui eu mais uma vez para o site: “Cuidado ao revelar seus segredos, se viu pessoas usando biquíni. Se vestia um biquíni, aproveite o momento para sedução e romance”.
É… , talvez haja alguma conexão entre o biquíni e a aranha branca.
Fato é que sonhos parecem sempre ter algo a dizer. Já sonhei com pessoas ou coisas que aconteceram logo em seguida. Como um professor na faculdade, que vi em um sonho numa segunda-feira e o conheci dois dias depois.
O mais intrigante foi um sonho que tive há dois anos: eu fazia o caminho a pé para a casa de meus pais na minha cidade natal. Conforme eu caminhava, vários cachorros me seguiam. Alguns roubaram um pacote de carne que eu tinha nos braços, mas que logo eu recuperei. O sonho me permitiu ver parte do trajeto de cerca de um quilômetro até a casa dos meus pais. O sonho parou aí e até então nada demais.





No dia seguinte comprei um livro sobre interpretação de sonhos. Meu filho que estava comigo, imediatamente pegou o livro e disse: Que bom, mãe, que comprou este livro. Tive um sonho muito estranho ontem à noite. E então ele me contou: ele sonhou que estava na casa dos meus pais. Saiu até a frente do portão. E então, não paravam de chegar e entrar cachorros na casa.
Eu tive a forte sensação de que o sonho de meu filho era uma continuação do meu. Terá sido um sonho coletivo?
Segundo Freud, temos que analisar o sonho de acordo com nossas próprias experiências, analisar seus símbolos e o que eles também significam para nós. Na época, eu cheguei à conclusão de que algo poderia tentar me prejudicar, mas que não conseguindo, poderia seguir em direção ao meu filho com o mesmo intuito.
Se por um lado Freud sugeria analisar os sonhos, seu seguidor Carl Jung, também levava em consideração o lado espiritual e mais ainda o consciente coletivo. Mas ambos estavam de acordo, de que os sonhos são manifestações do nosso inconsciente.
Se uma pessoa exagera na sua busca por magreza, por exemplo, pode ser que ela venha a sonhar com muita comida e gordura. É um pedido de seu inconsciente para que ela coma. Se outra pessoa é rude demais com seus familiares, pode vir a sonhar que está sendo extremamente generosa com a família, também como um alerta de seu inconsciente para aquele comportamento.





Não por acaso, durante os seis anos em que morei na Alemanha, meus sonhos todos se passavam no Brasil. Era o meu inconsciente “gritando” para que eu voltasse ao meu país. Por mais que a dor fosse óbvia e latente, meu consciente insistia em continuar tentando.
Somos no nosso ser mais profundo o próprio inconsciente, mas tomados pelo consciente, em seu ritmo acelerado de pensamentos, que nos impedem o contato tão necessário com o mais profundo de nós mesmos.
Prestar atenção aos nossos sonhos é também prestar atenção ao nosso sexto sentido e sensibilidade. Se a felicidade está dentro de nós e passamos a vida inteira em sua busca, creio na afirmação de que o autoconhecimento vem a ser uma das maiores fontes de realização para o ser humano.
Nossos sonhos são uma poderosa ferramenta, que toda noite tenta nos mostrar em filme aquilo que somos e desejamos de verdade. Para boas interpretações, sites e psicanalistas experientes não faltam. Um caderno e caneta ao lado da cama e vontade. Entramos no misterioso mundo dos sonhos.
Uma viagem para dentro de nós mesmos!

About the Author Carolina Vilanova

Carolina Vila Nova é brasileira. Tem cidadania alemã, 40 anos. Escritora e Roteirista. É autora dos seguintes livros: “Minha vida na Alemanha” (Autobiografia), “A dor de Joana” (Romance), “Carolina nua” (Crônicas), “Carolina nua outra vez” (Crônicas), “Vamos vida, me surpreenda!” (Crônicas), “As várias mortes de Amanda” (Romance), “O dia em que os gatos andaram de avião” (Infantil), "O Milagre da Vida" (Crônicas) e "O beijo que dei em meu pai" (Crônicas). Disponíveis na Amazon.com e Amazon.com.br Mais matérias em: www.carolinavilanova.com

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