Seu filho vai mal na escola? Três coisas que você jamais deve dizer!!!

Se seu filho vai mal na escola, há nesse texto, três coisas que você jamais deve dizer. A educação vive uma crise que eu venho observando desde que resolvi cursar o magistério, há 21 anos… e que tem piorado muito na última década. Somos fruto de uma geração cujos pais cobravam desempenho escolar dos filhos, e não das professoras.





Somos filhos de uma cultura que não considerava errado, imoral ou ilegal, a criança ajudar nas tarefas da casa, ou vender picolés, para juntar uns trocados, pra comprar uma bicicleta ou um carrinho de controle remoto. Evidentemente que o abuso infantil tem várias faces e uma delas, é a exploração dos menores, e a atribuição de tarefas que não são coerentes com suas idades. Mas esse é outro assunto, para outro dia. Hoje, quero conversar com você, sobre os caminhos que a educação escolar vem tomando e sobre coisas que são ditas (mas não deveriam) e que acompanham o sujeito por toda a sua vida (de um modo prejudicial).
Nós somos filhos de uma educação em que a psicologia não tinha tanto espaço e muitas crianças eram educadas e “ doutrinadas” através de chineladas, varadas de marmelo ou qualquer outra “ ferramenta de ensino”. Não sou saudosa. Não sou adepta de espancamento nem de trabalho infantil. Maaas… Todos os extremos são perigosos, quando se fala em educação de crianças.





Filhos cujos pais cobram demais, por seu desempenho, tendem a se tornar frustrados e inseguros. é como se nunca fossem suficientes, como se nunca, por mais que se esforçassem, conseguissem agradar, conseguissem reconhecimento. Do mesmo modo, filhos, cujos pais não cobram nada, tendem a crescer sem um balizador emocional, moral e sem o feedback tão importante, sobre seu desempenho e sobre seu comportamento. Esse feedback é responsabilidade dos PAIS. Se esses não o fazem, a sociedade o fará, de maneira muito menos amigável e menos compreensiva.
Contudo, há pais que esquecem que educar é um gesto de amor, e mesmo quando corrigimos os filhos, estes precisam ver que a intenção não é punir, mas trazê-los de volta para o caminho que consideramos mais adequado para eles. Sim, porque até certa idade, quem define o caminho dos filhos, são os pais.
Conforme alerta a pedagoga Auilo (2012, p. 01),

Determinar que seu filho escolha e decida tudo antes de atingir a sua real maturidade não é seguir uma educação que traz liberdade ou felicidade ao seu filho. Na verdade, você está se omitindo enquanto educador, ou seja, enquanto pai ou mãe, e olhando para seu filho como um semi-deus, que já nasceu sabendo, que tem poder de decisão, critério e tudo o mais que vemos por aí, como se os pais tivessem de ser subjugados pelos seus filhos…

De uma maneira um tanto bem humorada, essa profissional destaca de quem é a real função de educar e apontar caminhos: dos pais. Assim, há a seguir, 3 atitudes que você não deve tomar, se deseja que seu filho se desenvolva, sem grandes traumas, em ambiente escolar.

1. Você é burro!!! Você não aprende!

Cuidado com a profecia que se auto cumpre! Cuidado com as palavras que você ouviu quando criança! Cuidado com a autoestima de seu filho! Ele acredita em você! Chega a ser crime, uma pessoa que ocupa a importância que VOCÊ ocupa na vida de seu filho, minar a autoestima dele dessa maneira! Se você, que é pai ou mãe, que é responsável por ele, que deveria apoiá-lo quando tivesse dúvidas, ajuda-lo, quando tivesse dificuldades, se você o desestimula, não é a escola que fará papel contrário. Tenho muitos alunos que poderiam ser melhores, não fosse pela descrença de seus pais! Ah, mas ele é doentinho! Ele sempre teve dificuldades! Ele não nasceu pra escola! Ele é assim, burrinho, mesmo! E outros tantos absurdos que me obrigo a pacientemente ouvir, para então rechaçar com muita educação, dizendo que a realidade é outra! Que todos somos capazes de aprender com o estímulo correto, com uma dose de fé e esforço – dos filhos e de seus pais, tanto quanto de suas professoras…
Há pais e responsáveis que são completamente irresponsáveis, rudes e inconvenientes, para não dizer perversos e contraproducentes, quando abordam o desempenho escolar do filho. Dizer que ele não consegue, não o fará conseguir! A não ser que ele tome como ofensa pessoal e decida provar o contrário! (Infelizmente, é incomum observarmos isso nas escolas). O que as crianças desejam (e precisam) é de apoio, de um suave “você consegue” ou de um menos suave “vai ficar sem ver TV”, “vai ficar sem o skate”, porque eu sei que você consegue e por isso espero mais de você. Mas é importante que o estudante saiba que carrega consigo a fé e a expectativa positiva dos pais. Não dizendo que ele tem de ser o melhor da turma. Mas dizendo que ele tem de ser o melhor que conseguir ser…

2. Tua professora é burra!!!





Por Favor! Dizer que a professora é incompetente em nada auxiliará seu filho a desenvolver-se, seja como estudante, seja como ser humano. Apenas dará a ele o aval para continuar sendo ineficiente em seus estudos, pois tem a desculpa de que a errada é (e sempre será) a professora. Conheço pais que desautorizam a profissional que trabalha com seu filho 4 horas por dia e reclamam que ela não tem “domínio” da turma. Na verdade, nem se fala mais em domínio. Mas aquela que seria autoridade em sala de aula é completamente desautorizada perpetuamente por pais que não são capazes de ver que o erro, o processo educativo está sendo sinônimo de fracasso por falta de comprometimento do estudante, por falta de esforço do estudante, por falta de rendimento do estudante. NÃO da professora…

3. Tua escola não presta!!!

Também é um absurdo dizer ao filho que a escola em que ele estuda não presta. A menos que seja um gritante caso de negligência ou violência ou risco de vida à criança. Aí, mais que dizer ao filho, é hora de tirá-lo dessa escola e coloca-lo em uma mais segura. Se esse não é o caso, é hora de ficar atento se o seu filho apresenta um desempenho irregular ou ineficiente ou insuficiente com todos os professores. Talvez, nessas circunstâncias, o erro não esteja na escola… Talvez, não seja a escola que tem que mudar. Não é a escola que não presta! Lembre-se daquela frase comum e verdadeira que diz que, normalmente, o bom aluno é bom em qualquer lugar. Salvo as influências ambientais que minimizam ou maximizam padrões comportamentais, o sucesso – ou o fracasso – de seu filho é, também, RESPONSABILIDADE dele. Mas não só dele. Sua também! Assuma-se como pai ou mãe e como corresponsável das vitórias e dos insucessos daquele que depende (e muito) das coisas que você diz, daquilo em que você demonstra acreditar no que diz respeito a ele.
Mais uma vez, destaco que o bom senso é fundamental para lidar com casos em que os resultados são inferiores aos esperados. Mas o que não se deve dizer já baliza o comportamento, de certa forma, norteando a conduta para um trabalho mais produtivo, junto aos filhos que tem um desempenho abaixo do esperado, em ambiente escolar.

About the Author Júlia Pereira Damasceno de Moraes

Mulher, filha, mãe, esposa, professora, educadora, eterna aprendiz. Graduada em Letras pela Universidade do Planalto Catarinense. Especialista em Leitura e Produção de Texto. Leitora inveterada. Aspirante a escrevente. Amante do saber e do conhecimento. Preocupada com o rumo que os adolescentes e jovens estão tomando e com a falta de referencial de vida para muitos dos alunos com os quais convive 12 horas por dia. Os pais se preocupam com o mundo que vão deixar para os filhos, mas não estão se preocupando com os filhos que vão deixar para o mundo. Isso é grave!

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