Como vivenciar o luto?

Uma das fases mais difíceis, se não a pior, é o período em que perdemos alguém que amamos quando não nos preparamos para a perda. A sociedade atual incentiva-nos a competir para ganharmos, mas, e quando estamos diante da morte? A morte torna a todos impotentes, perante a morte não existe classe social, hierarquia familiar, grau de instrução, todos; familiares, médicos e amigos tornamo-nos meros expectadores de um acontecimento que mais cedo ou mais tarde vivenciaremos.


O luto é um período de metamorfose, que tem um começo, meio e fim. O período de luto pode iniciar muitas vezes antes mesmo da morte do ente querido, como em casos de doenças que possuem apenas tratamentos paliativos, como o câncer em estágio avançado sem cura, e é quando os familiares tomam ciência da morte que se inicia o luto.

O luto antecipatório é difícil e doloroso porque se vive o presente com angústia, desespero e ansiedade, com pensamentos projetados para um futuro catastrófico, a morte do ente querido e como será a vida sem esta pessoa, no entanto, um aspecto positivo deste tipo de luto é o fato de apesar do sofrimento tem-se a oportunidade de compartilhar momentos, palavras e carinhos com quem está partindo.


De modo geral, o luto apresenta 5 estágios que não possuem um período pré-estabelecido de duração, tudo depende da forma como a pessoa lida com as adversidades da vida e do grau de conexão com o ente querido. Os 5 estágios do luto são:

    • NEGAÇÃO – neste estágio o enlutado não consegue acreditar que está vivenciando a morte, como forma de defesa, cria a ilusão de que está vivendo um pesadelo e de que a qualquer momento vai despertar e tudo voltará a ser como era antes;
    • RAIVA – neste momento o enlutado já começa a reconhecer que a perda existe, simultaneamente há um grande sentimento de impotência e ira porque a pessoa não entende que a morte é um fato natural e se questiona porque isso foi acontecer logo com ela;
    • NEGOCIAÇÃO – última tentativa de recorrer à imaginação e tentar uma barganha, muitos cristãos negociam com Deus em troca de promessas e jejuns;


  • DEPRESSÃO – é o estágio mais crítico do luto, reconhece a perda do ente de forma definitiva, há uma enorme sensação de vazio no peito. No geral, os enlutados querem ficar distantes e sozinhos para processar o que aconteceu e gerenciar suas emoções. Nesta etapa é muito importante não reprimir os sentimentos ou se esquivar deles.

Também é importante que as pessoas que convivam com o enlutado deem o suporte adequado, se você não está disposto a falar sobre a perda do outro não pergunte se está tudo bem porque é obvio que não está nada bem, mas se você quer ajudar convide-o para um passeio simples, como tomar um sorvete, ver um filme de comédia, algo que o faça se sentir menos deslocado e que o ajude a voltar à rotina, nunca o force a falar sobre seus sentimentos, se o enlutado quiser conversar ele vai procurar a pessoa adequada para expor o que sente. Na medida em que o tempo passa a saudade tende a aumentar e as crises de choro e isolamento também, até que o enlutado consiga processar seus sentimentos com mais serenidade e, aos poucos, ter vontade de voltar a viver e interagir com as pessoas.

  • ACEITAÇÃO – é a última fase do luto, ocorre com a aceitação da perda com um profundo sentimento de serenidade e paz em relação à perda do ente querido. O sentimento de vazio que ocorre na fase da depressão dá espaço há um sentimento de saudade reconfortante e há  lembranças agradáveis em relação ao falecido. Neste período o enlutado já consegue retomar suas atividades e com o decorrer do tempo pensa com menos frequência no ente querido, consegue se lembrar dele sem chorar e com um sentimento de felicidade por ter compartilhado bons momentos com quem sempre amará.

Se você atualmente enfrenta o luto, viva-o dignamente, não tenha medo de sofrer, é preciso ter a coração de sentir o sofrimento para se transformar em alguém melhor, certamente sua perspectiva de mundo será outra, passará a valorizar mais as pessoas que estão com você e e estará mais preparado para quando for a sua vez de partir.

About the Author Cristiane Rossatto

Formada em Gestão de Recursos Humanos. Sou apaixonada por arte, literatura, e gatos. Adoro ler livros sobre autoconhecimento, meditação e desbravar a natureza.

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