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A Importância do Apoio da Família no Tratamento de Pacientes Psiquiátricos

A reforma psiquiátrica, no Brasil, iniciou o processo de desinstitucionalização das formas asilares de tratamento psíquico, assim como propõe a substituição dos manicômios por novos centros de acolhimento e tratamento de caráter comunitário, surgindo assim: os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), o Hospital Dia, o Programa de Residência Terapêutica, os leitos psiquiátricos em Hospital Geral, caracterizando-se pela utilização de um conjunto de apoio terapêutico e práticas psicossociais, como atendimento psiquiátrico, psicoterapia individual e em grupo, terapia ocupacional, entre outros, para manter o paciente junto ao convívio de sua família e fazendo parte da sociedade.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 afirma que a saúde é um direito de todos, estabelecendo os direitos sociais à saúde, além de atribuir ao estado à responsabilidade do processo de formação de recursos humanos necessários à implementação do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com Pitta e Saraceno, o objetivo da Reabilitação Psicossocial é a inclusão psicossocial da pessoa com transtornos psíquicos, assim como o resgate de sua autonomia, sendo assim, a participação e o apoio da família é fundamental.

O cuidado é o elemento chave para transformar os modos de viver e sentir o sofrimento do paciente. A mobilização entre equipe multidisciplinar, pacientes psiquiátricos e família facilita a comunicação e o desenvolvimento do tratamento.

A família é a primeira referência de proteção e socialização dos indivíduos, é nela que se inicia o aprendizado dos afetos e das relações sociais. A presença do sofrimento mental no ambiente familiar provoca mudanças nas rotinas, hábitos e costumes da família, pois junto com a patologia psiquiátrica vem associados o estigma, o preconceito e a exclusão do indivíduo com sofrimento psíquico. Com o impacto do diagnóstico, a necessidade de adaptação à nova situação, o estigma social, a dependência e as implicações do quadro clínico podem produzir sobrecarga, conflitos, sentimentos de incredulidade, perda do controle e medo, visto que a família vivencia uma situação de desgaste. Além disso, essa convivência com um familiar com transtorno mental gera diversas dificuldades, como: problemas no relacionamento com o familiar, estresse e a dependência do portador de sofrimento psíquico, bem como o medo das recaídas e do comportamento deste no período das crises.

Com a permanência dos pacientes em casa, passaram a fazer parte da rotina familiar: garantir as suas necessidades básicas, coordenar suas atividades diárias, administrar sua medicação, acompanhá-los aos serviços de saúde, lidar com seus episódios de crise, fornecer-lhes suporte social, superar as dificuldades destas tarefas e seu impacto na vida social e profissional do familiar.

Assim, a família é muito importante, além do apoio e cuidados com o paciente psiquiátrico em sua casa, ela é participante ativa no tratamento, através do apoio, acolhimento, participação nos atendimentos, esclarecimento de dúvidas junto ao paciente e aos outros familiares, etc., por isso é tão importante que as famílias também recebam apoio, esclarecimento e tratamento pela equipe multidisciplinar. É importante a família e a equipe multidisciplinar estarem alinhadas a fim de que se estabeleça uma relação de confiança e aceitação ao tratamento, garantindo a efetivação do mesmo e consequentes melhoras.

Um ambiente familiar crítico ou superprotetor é desfavorável aos pacientes com sofrimento psíquico, e muitas vezes intensifica os conflitos e dificulta o prosseguimento do tratamento. Algumas vezes, os familiares são pessimistas ou duvidam da melhora do paciente, por isso a família necessita também de tratamento da equipe multidisciplinar, a fim de aprender a lidar com o paciente e aprender também a lidar com as suas próprias dúvidas e frustrações.

O apoio e a participação da família é a base para uma boa estrutura emocional para o paciente, tanto para a prevenção de crises, quanto para a sua manutenção e recuperação. Assim, a família colabora na adequação do paciente ao tratamento e sua consequente melhora.

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