Precisamos falar sobre Bullying

O que é o bullying?

Vamos falar da forma mais simples e prática possível…

São formas de atitudes intencionais e repetitivas com o objetivo de intimidar alguém. Costumo dizer que é quando as brincadeiras passam dos limites. E quem determina esse limite é a vítima da “brincadeira”, ou seja, quem a recebe (mesmo que não verbalize isso).

Todos os adultos já foram crianças e adolescentes e, provavelmente, já foram vítimas ou praticantes de bullying. Quem nunca ouviu alguém dizer que “nunca sofreu bullying”? Não sofreu porque isso não o perturbou, não o magoou, e deixou pra lá. O que não quer dizer que não tenha havido uma tentativa por parte dos agressores, ou mesmo que tenha sido o próprio agressor e não lembre. Quem nunca ouviu dizer que o bullying só continua porque a vítima dá importância e, assim, estimula novos ataques? Pois é, temos diversas versões que dizem explicar essas atitudes, mas a verdade é que nenhuma dá a real atenção ao fato.

É claro que brincadeiras existem e a vida seria bem chata se as crianças precisassem se comportar como adultos. Precisamos levar a vida de forma mais leve… Não estou dizendo que concordo com o bullying. Sei que muitas brincadeiras podem ser bastante cruéis. Mas tudo tem o peso que você dá. E o que é ruim para mim, pode não ser para você… Por isso é necessário ouvir o outro, justamente porque é algo extremamente difícil de avaliar e não deve ser julgado.

O bullying é tão sério porque passa dos próprios limites, e passa inclusive para a agressão física.

É muito importante conversar sobre o assunto. Na maioria das vezes, quem passa por essa situação sofre calado. Precisamos observar mais nossas crianças e adolescentes, pois elas podem manifestar comportamentos diferentes: se fechar e isolar, ou mesmo ficar mais agressivas.

A pergunta que sempre ouço: “por que essas brincadeiras incomodam tanto hoje em dia, e na minha época não?” E respondo que, de imediato, encontro 3 motivos para isso:

  • Hoje nossas crianças/adolescentes estão carentes de valores e princípios. Sim! Falta educação, falta carinho e presença da família. Os valores e princípios são construídos no seio familiar e, sem esse convívio, simplesmente se perdem.

  • Falta respeito ao próximo. Se eu demonstro não gostar de uma “brincadeira”, qual o motivo para alguém continuar com ela? Alunos não respeitam as regras da escola, não respeitam professor, vão respeitar o colega? Pois é… Soa absurdo. Mas é um fato!

  • Falta autoconfiança! Quando a família não é presente de forma qualitativa, acaba ignorando comportamentos inadequados da criança, e suprindo essa falta com coisas materiais. Também acontece de os adultos estarem muito cansados da rotina do dia e desvalorizarem o sentimento da criança, dizendo que “agora não é hora” ou que “é besteira”.

As crianças de hoje estão mais frágeis, apesar de parecerem fortes e maduras. Na verdade, elas apenas têm acesso a mais conteúdos através da TV e da Internet, que sem orientação da família acaba sendo algo bastante negativo.

Precisamos fortalecer o caráter de nossas crianças! Para serem adultos fortes e mentalmente saudáveis e honestos, precisam de valores e princípios, precisam ser frustrados em determinados momentos da vida. As crianças precisam saber que coisas materiais não substituem amor e carinho, precisam saber que honestidade é obrigação, que nem tudo acontece como e quando querem, e que caráter é mais admirável que aparência!

Assim provavelmente teremos uma geração mais respeitosa com o próximo, sem passar dos limites, mentalmente mais forte, e sem sofrer tantos danos à autoestima ou à personalidade.

Corujices da Psi

About the Author Samira Oliveira

Meu nome é Samira Oliveira. Sou Pedagoga e Psicóloga. Especialista em Psicopedagogia, Psicologia Educacional e Psicologia Positiva. Sou também autora de livros voltados para a educação e para a psicologia. O objetivo dos meus textos é trazer informação aos leitores, com uma linguagem de fácil compreensão.

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