O efeito Papageno: uma forma de prevenção ao suicídio

Efeito Papageno: Provavelmente você já ouviu falar sobre o fato de que a divulgação na mídia de certos tipos de informações propiciam o surgimento de um efeito em cadeia, aumentando a probabilidade da repetição de um comportamento. Isso é visível, por exemplo, em situações de violência, como alguns crimes ou suicídio.





Mas também acontece o fenômeno oposto: a questão dos modelos e perspectivas de vida pró-social, positiva e esperançosa (contanto que eles sejam percebidos como realistas e instigantes) tendem a gerar um fenômeno de imitação, que pode ter um efeito preventivo a certos comportamentos.

Este último é o que acontece no chamado efeito Papageno, sobre o qual falaremos ao longo deste artigo.

Efeito papageno: o que é isso?

Denomina-se efeito Papageno o fenômeno pelo qual a exposição a modelos e exemplos de pessoas que tentaram se matar, mas desistiram dessa ideia e superaram a crise, gera no espectador um efeito preventivo ao suicídio.





Isso também ocorre quando, embora não tenha se expressado a intenção suicida, percebe-se que a pessoa que tenha sofrido grandes dificuldades ou uma vida traumática, mas superaram tais dificuldades e lidaram com os problemas com sucesso e de forma positiva.

É encontrar um modelo que mostre que apesar das dificuldades sempre há uma alternativa, algo muito mais profundo e compreensível quando se percebe que quem está dizendo isso realmente passou por uma situação semelhante e conseguiu superá-la. Esses modelos podem ajudar o espectador a gerar suas próprias estratégias para lidar com o problema ou incentivá-la a imitar o que foi mostrado na mídia.

Embora esse fenômeno surja com a observação de exemplos em situações semelhantes, pode potencializar o efeito se a pessoa que narra tem credibilidade e inspira confiança, sendo muito útil a exposição de casos de pessoas que se relacionem com o assunto, para que gere no telespectador um sentimento de identificação. Nesse sentido, pode ser útil expor caracteres, ídolos e ícones reconhecidos e amados para a pessoa em questão.

Agora, deve-se ter em mente que também é possível que, se a pessoa que conta sua história seja uma celebridade, também seja possível que a ideia de diferenças exista entre essa pessoa e o sujeito espectador (por exemplo, a capacidade econômica). Neste sentido, pode ser mais produtivo a exposição de casos com os quais o sujeito tenha uma maior identificação.

O nome deste efeito vem de um dos personagens principais de A Flauta Mágica de Mozart, um homem humilde que precisamente durante o trabalho tenta tirar sua própria vida, mas surgem três espíritos, ou goblins, que  o convencem a abandonar essa ideia, mostrando alternativas e possibilidades.

O importante papel da mídia





O fato de a mídia ter grande poder é algo amplamente conhecido, sendo algo que ao longo da história tem sido usado com frequência tanto para ajudar a sociedade (ajudando a propagar valores, uma visão flexível da realidade social) como para obter algum tipo de benefício ou até mesmo manipular a população.

E não é apenas o fato de mostrar informações, mas como elas são feitas ou até mesmo o tipo de informação que é emitida, que pode influenciar direta e indiretamente nossa maneira de pensar.

No caso do efeito Papageno, é imperativo notar que, para conscientizar, não basta apenas mostrar o fato de que uma pessoa não cometeu suicídio, mas o que realmente protege e impede o suicídio é o ”como” o sujeito conseguiu superar suas dificuldades. É essencial se concentrar na existência de alternativas.

O caso inverso: o efeito Werther

Embora a mídia tenha uma influência poderosa na prevenção do suicídio, é preciso ter muita cautela com os tipos de casos que são divulgados e como eles são descritos.

Como mencionamos anteriormente neste artigo, também tem sido observado que a questão dos casos dos suicídios consumados (especialmente no caso de pessoas altamente valorizadas pela sociedade), pode gerar uma predisposição ao suicídio em algumas pessoas. Este é o efeito Werther .

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