Depressão de Inverno

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Antes da experiência de morar por seis anos na Alemanha, eu nunca tinha ouvido falar do termo “Depressão de inverno”, mal que chega a atingir dez por cento da população nos países europeus. Por todos os anos eu ficava deprimida. No início um pouco chorosa, mais tarde, sempre brava e irritada. Entendi “na pele”, literalmente, o que faz a falta de luminosidade e consequentemente a carência de vitamina D no organismo.





A depressão de inverno ocorre pela falta de luz do sol, mais comum nos países europeus ou norte-americanos. Porém, não é necessário morar num desses países para se sofrer esse tipo de depressão. Hoje moro na cidade de Curitiba, no Paraná, e os dias de frio aqui são realmente intensos. Apesar de termos a luz do sol, não temos calefação (sistema de aquecimento para casas e construções em geral) em quase lugar algum. Só mesmo muita roupa e um bom cobertor ajudam a passar pelos dias mais frios.

Num país tropical como o Brasil, o índice de pessoas que sofrem com a Depressão de inverno chega a apenas um por cento da população. Os sintomas são muito parecidos com os da depressão comum: desânimo, alterações do apetite (para mais ou para menos), preguiça, apatia, crises de choro, cansaço, sonolência, mau humor, falta de prazer, além de outros.





Os piores dias para a incidência da Depressão de inverno são os dias escuros e nublados, com mais ausência de luz. Mas deve-se considerar também o comportamento moderno, que faz com que as pessoas não saiam mais de suas casas e por consequência não se permitam um banho de sol numa tarde fria, por exemplo. Na ânsia de fugir do frio, é possível que as pessoas sem querer, se sabotem ainda mais ao se esconderem em casa.

Fototerapia ou banhos de luz são os tratamentos mais indicados para este tipo de depressão. Embora no Brasil quase nenhum estado sofra de falta de luz por mais do que uma semana. Então uma boa opção a ser considerada é uma mudança de comportamento: mais contato com a luz natural, que nos é oferecido quase que diariamente pela nossa posição geográfica privilegiada.

Vale ressaltar que a medida de tempo deste sentimento de tristeza é que vai distinguir uma depressão de verdade de apenas um momento melancólico.

Eu não gosto de inverno, muitas roupas e a falta de liberdade dos movimentos que a estação provoca. Mas estamos no Brasil, sabemos que esse frio não irá durar mais do que árduos dois meses. Diferente da Europa, onde a estação dura no mínimo seis meses entre tempestades de neve e falta quase que constante de luz e natureza, que morre junto com as cores e o cantar dos pássaros.





Para quem não gosta do inverno, é bom lembrar os bons refúgios que a estação oferece: vinho, fondue, lareira e boa companhia. Se um amor ou uma paixão levanta o astral em qualquer estação, no inverno chega a ser avassalador.

Está aí um ótimo remédio para o frio de hoje…

Boa companhia e verão dentro de você!

 

About the Author Carolina Vilanova

Carolina Vila Nova é brasileira. Tem cidadania alemã, 40 anos. Escritora e Roteirista. É autora dos seguintes livros: “Minha vida na Alemanha” (Autobiografia), “A dor de Joana” (Romance), “Carolina nua” (Crônicas), “Carolina nua outra vez” (Crônicas), “Vamos vida, me surpreenda!” (Crônicas), “As várias mortes de Amanda” (Romance), “O dia em que os gatos andaram de avião” (Infantil), "O Milagre da Vida" (Crônicas) e "O beijo que dei em meu pai" (Crônicas). Disponíveis na Amazon.com e Amazon.com.br Mais matérias em: www.carolinavilanova.com

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