A importância do auto validar-se

Desde os dez anos de idade, já era elogiada pelo que escrevia: crônicas e poesias que costumava escrever ainda em letra de mão. Uma professora costumava colocar minhas redações nas paredes da escola. E tanto no colegial quanto na universidade alguns professores repetiam: “Você vai ser escritora!”.


Por mais facilidade que tivesse para escrever, sempre senti que era algo comum. Acreditava que os professores estavam sendo gentis, cumprindo seus papéis de motivadores.
Aos trinta e seis anos de idade vim a escrever o meu primeiro livro, além de publicar crônicas em sites de comunicação. Ainda sim, não me “intitulava” escritora. Eu dizia: “Eu escrevi um livro”. Ou: “Tenho alguns livros e matérias publicadas”. Mas apenas com trinta e oito anos de idade e oito livros depois, assumi para mim mesma, o que vinha sendo desde criança. Então passei a usar a afirmação: “Eu sou escritora!”.
Não entendia por que havia demorado tanto, quando tantas pessoas já me enxergavam assim. Meus textos também mostravam isso: mais que bem escritos para uma menina de dez anos, fez meu pai pensar que copiara de algum lugar. E desde a adolescência: vencedora de concursos de escrita.
Com tudo isso, muito tempo foi necessário, para que eu mesma acreditasse na minha capacidade de escrever, quando ela estava lá: latente.
Por que enfim não aceitamos ou acreditamos em um elogio quando o recebemos? E quando esta constatação se repete, por que razão não sentimos sua verdade? Por que enxergar a sinceridade do outro sobre nós mesmos pode ser tão difícil?


Muitas vezes a nossa falta de autoestima e insegurança não nos permite absorver o bem que dizem sobre nós. Por vezes, a imagem que temos de nós mesmos está distorcida pela maneira que nos sentimos por dentro. Nos cobramos tanto, a ponto de desmerecer o que já somos e conquistamos.
E se por um lado não acreditamos em nosso próprio potencial, quando começamos a sentí-lo, tememos ser tachados de arrogantes ou exibidos por tal atitude.
Auto aceitação é um trabalho para a vida toda, o auto validar-se. E nisso reside todas as respostas para a questão aqui levantada. Se não nos sentimos bonitos, por exemplo, pode o mundo inteiro fazer esta afirmação, que ainda não será o bastante. Antes do que os outros pensam e sentem sobre nós, vale o que cada um pensa e sente sobre si mesmo.
Há quem leve muito tempo para perceber seus próprios valores, porém nunca é tarde para amar a si mesmo, perceber suas próprias qualidades e pontos positivos. Não existe ninguém que seja absolutamente ruim, como não existe ninguém absolutamente bom.
Certo é onde se tem o foco. O olhar para o mais belo de si mesmo, rumo ao reconhecimento do próprio eu!
Depois disso mil elogios poderão não ser suficientes para tamanha auto estima. E nada de mal há nisso. Amor próprio não é apenas o melhor caminho para a felicidade: é o único!

About the Author Carolina Vilanova

Carolina Vila Nova é brasileira. Tem cidadania alemã, 40 anos. Escritora e Roteirista. É autora dos seguintes livros: “Minha vida na Alemanha” (Autobiografia), “A dor de Joana” (Romance), “Carolina nua” (Crônicas), “Carolina nua outra vez” (Crônicas), “Vamos vida, me surpreenda!” (Crônicas), “As várias mortes de Amanda” (Romance), “O dia em que os gatos andaram de avião” (Infantil), "O Milagre da Vida" (Crônicas) e "O beijo que dei em meu pai" (Crônicas). Disponíveis na Amazon.com e Amazon.com.br Mais matérias em: www.carolinavilanova.com

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