Por que este ano foi o seu maior presente?

Quando os últimos meses do ano se aproximam, notamos que paira no ar uma apreensão geral. Podemos até dividi-la em dois momentos: O primeiro seria o corre corre – um desespero para fazer rápido, em apenas alguns dias, tudo aquilo que ficou procrastinado durante todo o ano. Impossível. E logo após percebermos isso, eis que surge então a decepção. Decepção por nada ter saído como foi planejado e com isso mergulhar no mar de culpa e impotência é tudo que nos resta fazer.





Sem dúvidas, a sensação de que acabou o tempo e mais uma vez não foi possível vencer a listinha de objetivos é realmente muito ruim. Se você se sente assim, não se preocupe você não está sozinho, saiba que existem milhões de pessoas que também pensam e se sentem da mesma maneira que você. A boa notícia é que não ter alcançado as metas ideais para o ano, não significa que você seja um completo fracassado. Somos um projeto em infinita construção e este ano lhe proporcionou muito mais que apenas um check-list rabiscado.





É totalmente natural encontrar grandes obstáculos para alcançar as metas que elaboramos para o ano, mas este em especial, reservou grandes surpresas para todos nós. Problemas políticos, econômicos, sociais e desastres ambientais nos deixaram atordoados e nos obrigaram a recalcular rotas, reavaliar posicionamentos – estranho seria se tudo fosse muito simples, rápido e fácil, não é mesmo? Paralelo a todos os questionamentos sobre a natureza dos problemas e as eleições dos culpados no Brasil, surge à maximização do fenômeno da insatisfação do século XXI: Precisamos de mais. Temos uma sede incontrolável. Sede de autonomia, de conhecimento, de poder de decisão sobre as nossas próprias vidas. Todos os recursos, avanços tecnológicos e científicos, ainda não são suficientes. Agora encontrar o propósito de vida e ser uma pessoa autônoma de si mesma, inteiramente satisfeita com o trabalho, amigos e família se tornou mais importante do que apenas possuir um status. Para isso, dada as novas necessidades, surgem então os profissionais especializados em auxiliá-lo a sair do ponto “A” em direção ao ponto “B”. Mas seria o bastante?

Sentados na primeira fila, assistimos às olimpíadas da interminável disputa pela sobrevivência e sustentação das aparências. Autosabotagem, ressignificar, foco, resultado, crenças limitantes, propósito, mapas mentais e legado agora são alguns dos novos termos que ocupam nossos pensamentos diários. Todas as técnicas, abordagens, estratégias, ferramentas e os profissionais que auxiliam neste percurso propulsor de realização não devem ser desconsiderados. Não parece sensato descartar anos de preparo e estudo de todas as descobertas cientificas que corroboram a eficácia dos métodos. Entretanto, existe alguns fatores latente aos holofotes, tão importantes quanto o “mata-mata” de metas pré estabelecidas para o ano.





A resposta pode estar exatamente no inesperado. Está tudo bem se você chegou ao final de mais um ano e ainda não fez a viagem dos sonhos por conta da economia do seu país, se você está insatisfeito com seu trabalho, se ainda não virou um empreendedor, se não conseguiu atingir o peso ideal, se sua conta bancária está no vermelho. Este ano você ganhou várias chances de aprender com seus erros e de criar oportunidades por conta dos erros das outras pessoas. De refletir, de observar o sol que continuou a brilhar mesmo com todas as nuvens negras que o tentavam ofuscar, e a cada amanhecer, você obteve uma nova chance de recomeçar e assim permanecerá dia após dia. É chegada a hora de botar o pé no freio e parar um minutinho para pensar: O que os acontecimentos que me impediram de realizar as metas que havia traçado para este ano me proporcionaram? Nesta resposta você poderá encontrar a maior conquista adquirida neste ano.

A vida é feita de estações. Momentos de espera, momentos de parada, momentos de partida. Todos os acontecimentos – bons ou ruins – que as envolve durante o percurso é o que dá significado e importância ao viajante. Tudo aquilo que chamamos de problemas e empecilhos é o que na verdade enriquece a trajetória. Comece pelo início, com apenas o suficiente que possa carregar durante as primeiras paradas, adote a substituição de hábitos e comportamentos simples, abrindo mão, esvaziando a bagagem para que depois possam entrar coisas novas.

Viver é um desatar de nós constante. Gradualmente vamos aprendendo com nossos erros, a constância é um fator determinante para fazer o fogo surgir entre duas varetas, e é assim também com as nossas vidas, a mudança só vem com a constância. Se orgulhe do que você já possui, da pessoa que você é hoje das intempéries da vida, pois, amanhã você já não será mais a mesma pessoa. Celebre por não ter acontecido com você todas aquelas coisas ruins que vemos na tv; Adote a paixão pela sua história, pela sua trajetória, por todos os obstáculos que surgiram – este ano eles fizeram de você uma pessoa melhor. A estabilidade não nos promove ela apenas nos mantém estagnados na ilusão de uma vida feliz e completa.

Leva-se tempo para construir grandes impérios, fazer mudanças significativas, transformar vidas, construir novos caminhos. Lembre-se: A estrutura deve ser forte o suficiente para suportar o todo que virá logo depois, então se dedique o tempo que for necessário – sem problemas se precisar mais de doze meses – para fortalecer a base das mudanças. Se o que possui hoje não lhe satisfaz mais este é o grande indício de que, mais cedo ou mais tarde, as coisas mudarão. E devem mudar! No entanto, por vezes nos esquecemos que ainda somos seres biológicos e falhos, e concordamos em pagar preços altos demais por promessas de alcançar os mais altos patamares, sendo que as próprias experiências e desafios da vida sempre tiveram o poder de nos impulsionar para cima sem cobrar altas taxas de juros.
O passado já se foi, o futuro ainda não existe, o presente é tudo que você possui neste momento e por isso ele é um presente.

About the Author Jonathan Bonfim

Psicólogo nômade, apaixonado por viagens de imersão e expansão de consciência.

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