O Domingo à Noite te Apavora? Talvez o problema seja o seu trabalho

Ao escrever esse texto e pensar na possibilidade de um título, vários me vieram à mente: Você é feliz no trabalho? Qual o seu grau de satisfação com sua profissão? Você mudaria de profissão? Escolher a profissão por dinheiro ou por amor? Poderia escolher dentre tantas possibilidades, mas se você está lendo esse texto é porque algo te chamou a atenção. Sim, o que pretendo abordar é se você se sente realizado com o que você faz.





Você é daqueles que vivem esperando o final de semana chegar para se sentir feliz? Se a resposta for sim, acredito que seja o momento para rever o que você anda fazendo durante a semana. Claro que todos gostam de aproveitar de um merecido descanso, de ter seus momentos de não fazer nada e relaxar um pouco. Mas se formos parar para pensar que apenas os finais de semana nos deixam mais satisfeitos, alegres ou aliviados, veremos que teremos em média 100 dias de satisfação em 365 de um ano. Mas se você é daqueles que já começam a ficar ansioso quando a segunda-feira se aproxima e o domingo te causa angústia, esse número de dias tranquilos pode diminuir pela metade.





Esse fenômeno acontece com frequência com aquelas pessoas que enxergam o trabalho que realizam como algo penoso, sem sentido, vazio de significado ou para aquelas pessoas que realizaram escolhas das quais se arrependeram. Talvez porque tenham aceitado a intervenção de outras pessoas na escolha, talvez porque foram aceitando as condições que a vida colocou. Mas tenha em mente que você sempre poderá promover alguma mudança na sua vida. Basta para isso saber pra onde você quer ir.
Escolher uma profissão para algumas pessoas pode gerar muita ansiedade. É um momento de muitas incertezas, de conflitos e soma-se a isso o desejo dos pais ou de outros familiares na escolha da profissão do jovem. É importante o apoio da família, mas também é importante que o jovem tenha liberdade de realizar essa escolha, se não, poderá passar grande parte da vida realizando atividades ou trabalhando em uma profissão que não satisfaça. Pense na seguinte conta: Um trabalhador no Brasil, segundo a CLT, trabalha 44 horas por semana e 220 horas por mês. Levando em conta que o tempo de trabalho é em média de 35 anos, o total de horas trabalhadas passará de 90 mil horas. O dinheiro compensará todas essas horas se não for feliz na profissão? Além do mais, isso pode refletir na vida social, familiar e na educação dos filhos. Vale a pena passar tanto tempo fazendo o que não te satisfaz?





Uma das coisas que nos faz ser um profissional bem sucedido é a motivação que temos para alcançar resultados na profissão que escolhemos. Motivação nesse sentido deve ser caracterizada como algo que impulsiona para um objetivo e é intrínseco. Será que o dinheiro nos acarreta essa motivação ou é apenas uma recompensa comportamental ou estímulo externo? Ao acabar, continuaremos motivado? Além do mais, ao fazer algo que gostamos, podemos ser reconhecidos em nossa profissão.
Porém, algumas pessoas ainda miram apenas o lado financeiro, mesmo não sendo algo que lhes dê prazer. Então faço uma pergunta: O que é mais importante, ser realizado profissionalmente ou ganhar dinheiro?
É preciso ter em mente que o trabalho não envolve apenas o aspecto laborativo. Ele pode ser considerado também fonte de vida. Ele abrange relações sociais. E ao fazer uma escolha errada ou uma escolha que te deixa infeliz, essas relações podem ser prejudicadas. Segundo algumas pesquisas, o que mais desencadeia o estresse no trabalho são as relações com os colegas de trabalho e chefe mal humorado. Imagine se você for um desses colegas porque escolheu uma profissão errada ou se você se vir obrigado a trabalhar com uma pessoa assim pois ela não se sente realizada com a profissão? Vocês se comprometerão nessa relação.





Esse estresse também pode ser um dos motivos da insatisfação com o trabalho. E se ele for constante e prolongado, ainda há o risco de desenvolver a Síndrome de Burnout, que pode ser rapidamente caracterizada como um esgotamento físico e mental excessivo causando uma exaustão. Nessa síndrome, a pessoa perde toda a esperança de que algo bom vá acontecer e não consegue mais realizar atividades que antes dominava. Se você apresenta alguns desses traços, não deixe de buscar uma ajuda profissional. Será muito importante.
É inegável que vários podem ser os aspectos que levam uma pessoa a ter uma baixa realização profissional. Escolhas erradas ou baseadas em desejos e vontades de outras pessoas, estresse, síndrome de burnout, dentre outros, podem fomentar a falta de realização profissional. Se você está entre quase a metade dos profissionais que não estão satisfeitos com a vida profissional ou com a escolha da faculdade, não pense que é tarde para promover uma mudança. Procure um profissional de carreira ou um psicólogo. Conhecer suas qualidades, seus interesses e seus objetivos de vida é basilar para fazer qualquer escolha e realizar qualquer mudança de direção. E quando escolhemos fazer algo que nos realiza, independente de pensar no dinheiro, teremos com certeza mais motivação para trabalhar. E quando a motivação é maior, a dedicação de igual forma também será maior.

About the Author Matheus Coelho

Psicólogo com MBA Gestão de Pessoas e experiência em RH. Mais de 7 anos de experiência em Psicologia Clínica. Atuou como Professor Universitário.

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