Um artigo de Searles escrito em 1959 ”Como enlouquecer alguém”, uma das primeiras contribuições ao tema, aponta seis maneiras de enlouquecer uma pessoa. Para Searles, o início de qualquer espécie de interação pessoal que se incline a ativar diferentes áreas da personalidade, uma em oposição à outra, tende a enlouquecer (isto é, levar à esquizofrenia).
Cada uma dessas técnicas tende a minar a confiança do outro em suas próprias reações emocionais e percepção da realidade. Podem ser descritas da seguinte maneira:
Os casos que Searles apresenta sobre os diversos modos de levar alguém à loucura são todos desta ordem. Por exemplo, o de um homem que persistentemente põe em dúvida ”o ajuste” da irmã mais nova de sua mulher, tornando-a cada vez mais ansiosa. Duvidando repetidamente da cunhada, chama a atenção para facetas de sua personalidade em discordância com a pessoa que ela se considera.
Estimular sexualmente alguém num contexto em que é proibido gratificar o desejo sexual despertado provoca também não só conflito como confusão, isto é, dúvida a respeito do modo como a própria ”situação” deve ser definida.
Searles observa que em inúmeros casos registramos que o progenitor de um paciente esquizofrênico se portou de maneira extraordinariamente sedutora em relação ao filho, levando-o a um intenso conflito entre o impulso sexual e as costumeiras retaliações do superego. Isso pode gerar um tipo especial de desajuste, no qual a pessoa não distingue claramente as ”verdadeiras” questões com que se defronta.
A pessoa emaranhada em tal confusão ignora em que sentido está se movimentando. Nestas circunstâncias, o que chamamos psicose pode ser um desesperado esforço para agarrar-se a alguma coisa. Não é surpreendente que esse algo seja o que chamamos de ”ilusões”.