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O mínimo para viver: Um filme que mostra as implicações psicológicas dos transtornos alimentares

Com roteiro inspirado em vivências da própria Marti Noxon, que o escreveu e discutiu, recebendo colaborações de pessoas que sofreram do quadro de anorexia e outros transtornos alimentares, somos apresentados a Elie e seu grupo de psicoterapia, em um momento de acting clássico de sujeitos atuantes e boicotadores nesses grupos.

Elie vai para casa e de forma muito sutil percebemos o quanto seu caminho é bombardeado com informações sobre comida. Sua rotina é igual a de tantas outras pessoas com transtornos alimentares: excesso de exercício físico e obsessão com controle de calorias. Pais separados e dificuldade de relacionamento com a madrasta Susan, nada diferente de milhões de meninas pelo mundo todo.

Profissionais de psicologia sabem o grande impacto que um prejuízo na autoimagem corporal pode causar no comportamento de um sujeito, especialmente na adolescência. E em como as figuras parentais são importantes nesse longo processo. Boa parte dos transtornos alimentares ocorrem hoje em adolescentes do sexo feminino, que são muito pressionadas por uma indústria da moda e beleza, em uma plataforma de magreza exagerada.

A sessão com a família já revela a dinâmica que atravessa essa ”família tentacular”, que acumula acusações entre seus membros e se une em torno da angústia que o quadro de Elie provoca em cada um. A mãe, que assumiu sua homoafetividade quando a filha tinha por volta de 11 anos, parece não conseguir mais lidar com as questões da filha. Sua companheira Olive, com traços duros e pouco afetivos, também não se dispõe a uma escuta mais acolhedora. Restam como figuras que ainda lutam por ela a madrasta Susam e a irmã por afinidade, Kelly, que será a figura afetiva que mais se colocará próxima e tocada pela problemática dela. Como diz o dr. Beckham, a única que não fala somente a partir de seu próprio egoísmo.

O filme trouxe polêmica pelo fato de que a história é um pouco autobiográfica, uma vez que sua diretora e roteirista, ?Marti Noxon, já enfrentou um transtorno alimentar. Muitos espectadores se preocuparam com o fato de o filme, de certa forma, mostrar um caminho para algumas das manobras que quem sofre de anorexia utiliza para burlar a vigilância dos cuidadores, mas essa alegação fica um tanto sem sentido ao vermos que abundam nas redes sociais grupos sem qualquer controle, chamados carinhosamente pelos adeptos de ”pró-annas”.

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