Rosemary Kennedy: A kennedy renegada

Rose Marie Fitzgerald Kennedy nasceu em 1918, irmã do presidente norte-americano John Kennedy, portanto em umas das famílias políticas mais importantes do século XX.

Na ocasião de seu nascimento, o médico da família se atrasou muito e com isso o parto foi ”retardado”, pois a parteira ordenou que Rose (mãe de Rosemary) mantivesse as pernas juntas, para impedir o parto até a chegada do médico. Embora a cabeça do bebê já estivesse emergindo, ela seguiu as instruções por duas horas, resultando em grande falto de oxigênio para o bebê, gerando uma perda cerebral.

A menina nasceu linda, mas quanto mais Rosemary kennedy crescia, mais evidente ficava que ela tinha grandes dificuldades comportamentais e educacionais, embora suas deficiências fossem disfarçadas por sua família, para evitar o estigma de estar associada a ”genes defeituosos”.

Foi uma criança superprotegida e recolhida. Rosemary teve dificuldade para ler e escrever até a idade adulta, mas a mãe Rose fingia que sua filha estava se desenvolvendo normalmente, escondendo de todos sobre o QI rebaixado.

Ela sempre foi uma criança e adolescente calma, dócil e descontraída, mas à medida que foi se transformando em mulher adulta, tornou-se mais rebelde e também sujeita a mudanças violentas de humor. E com isso as preocupações familiares passaram a ser sobre um potencial ”despertar sexual”, pois, como ela era considerada a filha mais bela e atraente dos Kennedy, o receio era de que ela seria abusada sexualmente ou ficasse grávida.

Em 1941 Joseph, sem consultar sua esposa e comunicar ninguém, autorizou dois cirurgiões a realizarem uma lobotomia na filha. Segundo os médicos, esse procedimento ajudaria a acalmar as oscilações de humor e deter suas ocasionais explosões violentas.

Mas a operação foi desastrosa e a capacidade mental dela diminuiu para a de uma criança de 2 anos. Ela não podia mais andar ou falar e mesmo depois de anos de vários tipos de tratamento, nunca recuperou o uso de seus membros. Perdeu completamente sua autonomia. Devido a essa condição os pais a excluíram do mundo. Ela viveu seus próximos 64 anos escondida em instituições, precisando de cuidados em tempo integral. Sua mãe, para espanto de todos, não a visitou por 20 anos e seu pai nunca mais a viu.

Rosemary morreu em 2005, aos 86 anos, de causas naturais. Foi (ironicamente) enterrada ao lado de seus pais, que tanto a excluíram de sua vida.

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