A importância em ser importante

As redes sociais proporcionam a vitrine para o mundo. Nela, qualquer pessoa pode se mostrar da forma como gostaria de ser e arrematar para si os tão importantes olhares de aprovação que darão a falsa impressão de ser importante, de ser amado.

As postar uma foto ostentando alegria, felicidade, sucesso, realização profissional e social e começar a receber likes e comentários, o ego vai sendo massageado e inicia-se um vicioso ciclo de prazer, que vai sendo realimentado, fazendo com que haja uma dependência e necessidade cada vez maior desse ciclo.

Dessa forma, as pessoas vão criando ”máscaras de felicidade”, procurando transparecer, cada vez mais, algo que não condiz com a sua realidade, mas que serve para alcançar os olhares, as curtidas e a aprovação.

A cultura do exibicionismo

Estudos atuais relacionam essa superexposição às redes sociais a distúrbios psicológicos.

A universidade da Pensilvânia analisou 143 estudantes de 18 a 22 anos em três plataformas mais populares (facebook, snapchat e instagram) e chegou à conclusão de que quanto mais tempo esses jovens passavam junto às redes, mais probabilidade apresentavam em relação a manifestarem sentimentos e comportamentos de tristeza, depressão e solidão.

Ao analisar de perto o comportamento dos usuários, percebe-se que tudo faz sentido: há muita comparação entre aquele usuário que está vendo a publicação e exposição do outro com a sua própria vida. A impressão que se tem é que a do outro é sempre muito melhor do que a sua, estimulando o aparecimento de sentimentos de menos valia, incompetência e baica autoestima.

Uma outra pesquisa, realizada para universidade Humboldt, em Berlim, entrevistou 357 universitários e descobriu que o principal sentimento manifestado em relação à vida virtual é a inveja. Uma a cada cinco pessoas pesquisadas aposta o facebook como origem do sentimento de inveja em sua vida.

Quase 30% dos jovens entrevistados relataram sentir inveja ao ver posts sobre viagens, atividades de lazer de amigos e postagens vinculadas ao sucesso.

Alguns usuários, mesmo se exibindo, se mostram chateados quando suas postagens de ostentação não são notadas como gostariam, aumentando ainda mais um cliclo de disputa por curtidas e por serem notados.

Muitas vezes, a autoestima é tão baixa que a própria pessoa duvida que possa ser apreciada por algo positivo, que tenha algo bom a oferecer aos outro.

Existe uma saída?

Sim! Em seus estudos Brené Brown diz que nascemos para a conexão com o outro, mas no decorrer de nossos caminhos essa conexão é rompida e o responsável por issa ruptura é o sentimento de vergonha que carregamos em não nos sentirmos suficientes (suficientemente belos, suficientemente magros, suficientemente bem-sucedidos). Isso cria uma sensação de vulnerabilidade diante do outro, das situações da vida.

Estudando, porém, os depoimentos de seus entrevistados, para sua pesquisa e tese, Brené Brown reparou que havia um grupo diferenciado, que acreditava no seu senso de merecimento, no amor e no poder da conexão.

Brown percebeu, então, que, paradoxalmente, o que diferenciava esse grupo do outro era exatamente a aceitação dessa vulnerabilidade diante da vida, do outro e a aceitação também de suas imperfeições. Eles tinham coragem de ser vistos ”nus” como realmente eram, aceitando-se acima de tudo, e isso lhes trazia de volta o sentimento de pertencimento. Assim, conseguiam ser felizes, plenos, aceitando suas falhas, imperfeições e principalmente sua vulnerabilidade.

About the Author Psiconlinebrasil

Tudo sobre psicologia e comportamento.

follow me on:

Leave a Comment: