A ansiedade do vestibulando: o que fazer com ela?

Ser avaliado já não é fácil, num momento da vida considerado decisivo então, nem se fala! O vestibular é um desafio que demanda um longo tempo de preparo. Existe ainda uma crença de que esse é o momento em que o jovem deve decidir sua profissão de forma definitiva, além de um toque de competitividade reforçado pelo contexto em geral.





O medo da reprovação, o elevado número de candidatos por vaga e os fatores específicos da escolha profissional são aspectos que causam muita ansiedade no vestibulando. É importante ainda considerar as expectativas das pessoas com quem convivem, pois também têm forte influência nas emoções do vestibulando. O fato de nem sempre o curso escolhido ser acessível financeiramente, restringindo as opções, é também um fator crucial. É preciso considerar que a decisão de se preparar para a seleção modifica os hábitos de vida e também os relacionamentos: rotina, atividades de lazer, vida social, afetiva e familiar.
Pesquisadores da área da psicologia apontam que o período de preparo para o vestibular é um estressor de grande porte para os jovens. O sentimento de despreparo é uma das mais fortes influências para um aumento da ansiedade a níveis que cheguem a causar impacto na saúde mental. Dificuldades de concentração, agitação, dores diversas, prejuízo no sono, tonturas, e outros sintomas de ansiedade encontram-se presentes na vida do vestibulando, aumentando progressivamente a intensidade conforme se aproxima a data das provas.





A ansiedade é a resposta do organismo diante de situações de perigo. Assim como o medo, ela encontra-se presente quando existe indícios de algum tipo de ameaça no ambiente. Para auxiliar o vestibulando é preciso a clareza de que a preparação emocional é tao importante quanto a dos conteúdos, e por isso deve ser pensada durante toda a etapa, e não apenas na véspera das provas. O estabelecimento de uma rede de apoio e uma estratégia de enfrentamento são fundamentais. Trata-se de fortalecer a autoestima, estimular uma visão realista do contexto, das habilidades e limitações do jovem. É também imprescindível o auto-conhecimento e o estabelecimento da auto-confiança. É preciso estabelecer um amadurecimento emocional capaz de trazer benefícios a longo prazo em outros aspectos da vida do indivíduo. As sempre citadas atividades prazerosas e de lazer – encontrar os amigos, namorar, praticar esportes – parecem, num primeiro momento, perda de tempo, porém auxiliam o organismo a produzir substâncias que geram uma sensação de bem estar, favorecendo a concentração nos estudos, uma das principais queixas relatadas pelos vestibulandos.
Por isso é considerável para o sucesso no vestibular a habilidade para lidar com o ansiedade, além do domínio do conteúdo. Afinal, se a maior parte dos concorrentes estiverem com dificuldades emocionais, aqueles que aprenderem a lidar com o estresse terão uma particularidade que pode fazer toda a diferença.

About the Author Lilian S. N. Vidal

Especialista em Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo Comportamental. Se interessa profundamente pelo ser humano e adora a vida como ela é, apesar dos altos e baixos. Curiosa gosta de aprender coisas novas e de admirar o que já sabe. Não se importa de ser uma metamorfose ambulante se for para sair do casulo e voar.

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