Inteligência emocional: As nossas emoções são multideterminadas e envolvem fatores filogenéticos, ontogenéticos e culturais. Deste modo, a herança genética está em parte diretamente relacionada com o nosso patrimônio comportamental, ou seja, como reagimos a determinados estímulos, desempenhando um papel primordial na história da sobrevivência de nossa espécie, tais como comportamentos específicos de agressividade, atenção, foco e estratégia.
Embora tenhamos condicionamentos genéticos de base, em nossa realidade atual e suas mudanças ambientais, novos fatores entraram em cena. Hoje, além da sobrevivência física propriamente dita, o homem necessita desenvolver capacidades que caracterizam a chamada Inteligência Emocional.
A reação aos fatos está diretamente relacionada à nossa estória de vida e de como lidamos com as frustrações, situações desconfortáveis e até mesmo traumáticas. O mais importante não é a experiência em si, que “provoca” e/ou promove a reação emotiva, mas o sentido e significado que atribuímos àquela experiencia, bem como nosso estado emocional naquele momento específico e características de personalidade. A dica é avaliar os acontecimentos com cautela para que não ajamos de maneira impulsiva.
A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Tendo esta capacidade desenvolvida, indubitavelmente teremos qualidade em nossos relacionamentos interpessoais, o que interfere na melhoria da nossa qualidade de vida.
Está diretamente relacionada com a empatia, mas vai além desta. Na compaixão, não somente temos a capacidade de ver através da perspectiva do outro, mas de agir em favor deste, colocando em prática ações benéficas de modo a suprimir o seu sofrimento.
A automotivação é a capacidade de manter o otimismo mesmo diante de situações adversas. Sendo assim, pessoas que desenvolveram esta habilidade tem facilidade em alcançar seus objetivos.
Pessoas emocionalmente inteligentes possuem autoconhecimento e por este motivo são mais felizes, pois procuram detectar e aproveitar os aspectos positivos das circunstâncias e o aprendizado dos acontecimentos menos agradáveis. Elas vivem o hoje, o agora, não se lamentando do passado, nem antecipando o futuro. Em outras palavras, estas pessoas trabalham suas dificuldades no momento em que elas aparecem, não guardando sentimentos mal resolvidos, sendo autoavaliativas, apresentando senso de crítica e maturidade.
Esta é uma habilidade importantíssima no que concerne à Inteligência Emocional. Pessoas resilientes são aquelas que tem consciência de que a vida humana apresenta revezes, mas que sabem transformar mesmo as adversidades em oportunidades e aprendizado, tendo portanto postura otimista e capacidade psicoadaptativa.
Pessoas que apresentam esta competência são úteis a si e aos outros. São diplomáticas e carismáticas, possuindo consequentemente melhor desempenho social e relacional.
Caracterizam também as pessoas emocionalmente inteligentes a capacidade de ter atitudes assertivas, de ser autoconfiantes e assumirem sua parcela de responsabilidade pelo que lhes acontece. Além disto, elas sabem onde quer chegar utilizando-se para este fim de estratégias definidas e adaptadas para o fim a ser alcançado.
A maneira como administramos nossas emoções vai definir a nossa qualidade de vida, sendo esta, portanto, uma competência importantíssima a ser desenvolvida, não sendo aconselhável reprimi-las, mas clarificá-las de modo a trabalhá-las em suas significações profundas e conteúdos subjacentes.
Assim como a explosão emocional não é indicada, a implosão emocional muito menos. Não devemos acumular emoções mal trabalhadas, já que estas antes ou depois irão procurar meios de expressão principalmente através das doenças psicossomáticas e comportamentos disfuncionais.
Soraya Rodrigues de Aragão é psicóloga, psicotraumatologista, escritora e palestrante. Realizou seus estudos acadêmicos na Unifor e Università di Roma. Equivalência do curso de Psicologia na Itália resultando em Mestrado. Especializou-se em Psicotraumatologia pela A.R.P. de Milão. Especializanda em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde - Universidad San Jorge (Madri) e Sociedad Española de Medicina Psicosomática y Psicoterapia. Sócia da Sociedade Italiana de Neuropsicofarmacologia e membro da Sociedade Italiana de Neuropsicologia. Autora do livro Fechamento de Ciclo e Renascimento: este é o momento de renovar a sua vida. Edições Vieira da Silva, Lisboa, 2016; e do Livro Digital: "Transtorno do Pânico: Sintomatologia, Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e Psicoeducação. É autora do projeto «Consultoria Estratégica em Avaliação Emocional». Sites: www.sorayapsicologa.com & www.alquimiadavida.org