Alimentos inimigos do cérebro

Não é novidade que existe uma relação entre a dieta e a saúde mental. No entanto, o que vemos atualmente são novas investigações que vão mostrando os detalhes dos mecanismos pelos quais certos alimentos deterioram o funcionamento do cérebro. Um dos estudos recentes focalizou no óleo de canola, que sempre foi considerado supostamente saudável por ser de origem vegetal. Esse óleo se mostrou na realidade uma toxina para o funcionamento neuronal, prejudicando a formação de sinapses e contribuindo para o desenvolvimento de Alzheimer. Nesse estudo, publicado no periódico Nature, dois grupos de camundongos foram alimentados com ração, sendo que um deles recebeu doses de óleo de canola adicionadas. O grupo que recebeu a suplementação com óleo de canola teve aumento significante em seu peso corporal, danos significantes em sua memória de trabalho e diminuição dos níveis de densidade pós-sináptica da proteína 95, um marcador de integridade sináptica que, nesse caso, indicava deterioração.

Em outro estudo, o açúcar foi o vilão investigado em cérebros de humanos. O açúcar se transforma em glicose. A glicose e os metabólitos da glicose são capazes de modificar proteínas adversamente através de uma reação não enzimática chamada glicação, uma reação que está associada com os processos patológicos que levam ao mal de alzheimer. Sabemos que existe um aumento de risco de Alzheimer em portadores de diabetes, por causa hiperglicemia induzida por essa condição. Mesmo em não portadores de diabetes, o aumento do nível de glicose é um fator de risco para o Alzheimer. Esse estudo, usando uma nova técnica, mostrou que ocorre glicação no cérebro humano, e identificou na glicose um link molecular entre hiperglicemia e desregulação do sistema imune, o que acaba levando ao mal de Alzheimer.

Outra investigação examinou a relação entre a dieta ocidental com o Alzheimer. De fato, estudos têm associado componentes dessa dieta e seu papel na doença, como vimos no caso do açúcar. Mas nenhum estudo avaliou o efeito a longo prazo e cumulativo de um estilo alimentar com a dieta ocidental. Dessa feita, os pesquisadores criaram uma ração balanceada para simular a dieta ocidental. A ração foi usada para alimentar camundongos. Nos roedores que se alimentaram dessa ração, verificou-se que a astrocitose e a ativação da microglia foram aumentadas em funçãoi da dieta. Esse aumento nas respostas gliais foi relacionado ao aumento de placas no hipocampo. De forma interessante, estudos recentes mostraram a importância da microglia na susceptibilidade e progressão do mal de Alzheimer.

O consumo da dieta ocidental leva ao declínio da saúde e aumento do diagnóstico de doenças crônicas. Doenças que são influenciadas por essa dieta, como o mal de Alzheimer, estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade do mundo ocidental. A dieta ocidental inclui alimentos altamente processados, com alto teor de gorduras de baixa qualidade, carboidratos simples, e sofre falta de nutrientes e fibras como os presentes em frutas e vegetais, por exemplo. Esses alimentos são baratos e disponíveis, mas são pobres em nutrientes e ricos em toxinas, o que os torna verdadeiros vilões da saúde.

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