É praticamente impossível para as crianças de hoje em dia não passar algum tempo em frente a um monitor. Elas passam horas e horas em frente a telas de Ipads, Smartphones e televisores.
O Dr. Aric Sigman diz que se viciar muito cedo em Tablets e Smartphones pode causar danos permanentes em cérebros ainda em desenvolvimento. O tempo excessivo em frente às telas impede que as crianças desenvolvam corretamente certas habilidades, tais como: foco, concentração, atenção e comunicação.
Os pais acham que isso faz o bem aos seus filhos, mas podem estar causando muito mais mal do que bem para eles. Entre o nascimento e os três anos de idade, os nossos cérebros se desenvolvem rapidamente e estão particularmente sensíveis ao ambiente que nos rodeia. Em medicina é chamado de “período crítico”, porque as mudanças que ocorrem no cérebro durante estes primeiros anos de vida se tornam a base permanente sobre a qual todas as funções cerebrais serão construídas. Para que as redes neurais se desenvolvam normalmente durante o período crítico, uma criança precisa receber estímulos específicos do seu ambiente exterior. Foi dessa forma que os humanos evoluíram ao longo dos séculos, e estes estímulos tão essenciais certamente não são encontrados em uma tela de smartphone. Quando uma criança passa muito tempo em frente a uma tela, sem receber os estímulos necessários do mundo real, seu desenvolvimento se atrofia.
Se o dano ocorrer durante esses primeiros anos cruciais, seus resultados podem afetar o desenvolvimento da criança para sempre. Grande parte do problema está no fato de os tablets e iPhones serem muito desejáveis, pois proporcionam vários estímulos e estimula a capacidade de processar várias ações simultaneamente, e é exatamente isso que os cérebros das crianças não precisam.
Tablets são ferramentas de atalho: Com um Tablets a criança recebe vários estímulos de uma só vez, ao contrário do que acontece quando ouve a mãe contar uma história. Ao processar a voz da sua mãe, transformá-la em imagens e seguir uma linha de pensamento para ouvir a história, a criança precisa fazer um esforço mental necessário. O dispositivo, ao contrário, pensa por elas e, como resultado, as suas funções cognitivas não são fortalecidas.
O lóbulo frontal do cérebro é a área responsável por decodificar e compreender as interações sociais. É nesta parte da mente que desenvolvemos a empatia pelos outros, captamos sinais não-verbais enquanto falamos com amigos ou colegas, como por exemplo, sinais faciais, tom de voz, etc.
A fase mais crucial para o desenvolvimento do lóbulo frontal é a primeira infância, durante esse período desenvolvemos o senso necessário para que tenhamos interações humanas autênticas. Então, se o seu filho estiver passando muito tempo em frente a um iPad, em vez de estar conversando e brincando, a sua habilidade empática poderá ficar prejudicada para sempre.
Todas as ações têm efeito imediato, e todos os estímulos provocam uma resposta rápida. Isso é verídico no uso das mídias eletrônicas. A cada toque na tela são emitidos cores, formas e sons. O cérebro da criança processa isso e produz dopamina – componente associado aos sentimentos de prazer. A exposição contínua a cargas de dopamina pode ser viciante e, quando uma criança se acostuma a esses estímulos viciantes, ela vai cada vez querer mais essa gratificação instantânea proporcionada por esses dispositivos, em vez da interação com o mundo real. Esse ciclo tem o mesmo padrão seguido pelos viciados em álcool e drogas.
Apesar do perigo que a exposição excessiva aos smartphones pode representar para o cérebro de nossas crianças, há uma série de benefícios para deixar os pequenos utilizarem a tecnologia. Uma vez que a criança tenha mais de dois anos de idade, sinta-se livre para permitir que ela use esses dispositivos, pois brincar com tablets e iPhones por algum tempo pode ajudar no desenvolvimento da coordenação motora, aperfeiçoar as reações rápidas e até mesmo aprimorar habilidades linguísticas. Assim como qualquer outro brinquedo, o uso do smartphone deve ser moderado e nunca ser trocado pela interação com o mundo real.
Fonte: PsychologyToday traduzido e adaptado por Psiconlinews